Autor: Edson Amorim
Adulteras amarguras assolam meu peito
Difundindo asquerosas e vis desventuras
Escurece e desalinha-me em despeito
Fazendo brotar em minha mente loucuras !
Inquieta-me em delírios e meu ego sacode
Apregoando infames e míseros lamentos
Donde dilacera m'alma e em vertigem a explode
Afundando-me em abismos de sofrimentos !
Busca e rebusca no meu sofrido passado
Pesadelos a muito sonhados e vividos
Ordenando sejam do íntimo exumados
E seus rancores dramatizados e revividos !
São momentos de agonias e aturdidas aflições
Que desfiguram o decoro do meu bem viver
Fazendo-me rastejar em meio a tentações
Intrigando, aborrecendo e debilitando meu ser !
Raros sonhos por incertezas são ofuscados
E a duvida transforma-se em mágoa dolente
E do futuro desalentos são antecipados
Ao repisar o passado e pisar o presente !
Cúmplices desconfortos profanos e traidores
Quer meu esperançoso caminho da fé encobrir
Atiçando-me com ilusões em falsos andores
Para fantasiadas e loucas paixões me atrair !
Mesmo desconsolado acreditei fielmente no destino
E por desafiá-lo vim a sofrer as agruras da vida
Que na tocaia sempre tramam o cruel desatino
Espreitando-me com flechas em veneno embebidas !
E no desfolhar dos dias de desesperança
Vou remoendo e jogando fora o despudor
E ingerindo o licor da sedenta esperança
Rebuscando obstinado a ausente paz interior !!